A quarentena se estenderá.

Cada dia que começa, parece que estamos em um filme maluco e que nada disso é real mas é, infelizmente.

Estamos no quarto dia e já sabemos que a quarentena se estenderá para no minimo 1 mês. e o emocional como fica? Realmente teremos que ser muito criativos nessa época para tentar manter um pouco da sanidade mental. Hoje fomos ao mercado. Com todos os aparatos possíveis e tentando ser rápidos, faltavam muitos produtos e acabamos passando em dois diferentes.

Ainda há tantos idosos na rua a caminhar, no mercado então...

Alguns de máscaras outros não; uns nos olhavam como "Vocês estão bem malucos" e outros tinham olhares de desespero, parecia que não tinham ninguém para fazer isso por eles e me deu uma dor no coração. Queria falar a eles para me ligarem com o que precisam que eu iria por eles, mas aqui o povo é tão preconceituoso e tão desconfiado dos estrangeiros que eu resolvi me guardar pelo menos disso.

Agora ao nosso povo que fala a mesma língua que conhece ou já viu o senhorzinho do prédio, espero que possam ter a dignidade de fazer isso por eles, pelos pais e pelos avós. Tenho esperanças muito mais no nosso povo nessa questão do que nos daqui. Hasta Mañana, Helena

Preocupação tripla.

O começo dos dias é sempre esperançoso, por mais que já acordamos com alguma mensagem do que está acontecendo na Espanha, no Brasil, em Portugal ou no mundo ainda sim é um começo de um novo dia e começamos tentando ser positivos.

Hoje acordamos e fizemos o café da manhã, ainda sem muito informação, conversando, tentando entender se isso tudo é real. Acabamos e resolvemos começar a fazer exercícios todos os dias, afinal vamos ficar tanto tempo em casa que precisamos procurar diferentes atividades e claro, movimentar, porque só ficar parado, sentado, pensando vai ser pior para as costas, pernas e cabeça. Ao passar do dia acabamos sabendo a cada minutos algo novo, os conhecidos daqui mandam informações e aqui o negócio está bem feio e nos desesperamos pensando o que será do nosso futuro aqui, afinal somos brasileiros e autônomos no meio da Espanha (acabamos sobrevivendo nas frestas...um dia explico isso) mas o desespero bate no segundo depois quando lembramos da nossa família no Brasil; dos nossos amigos e colegas e aí a cabeça só vai ~~~~ Sabemos bem como é descaso no nosso país do estado e como nós mesmos não ajudamos. No meio a isso aqui e narrando tudo aos colegas ainda vemos todos insistindo em manter eventos, barzinhos e festas. Isso tão irresponsável! Porque é dessas atitudes que dependem a vida de todos os avós, tios, pais com câncer e mãe com uma saúde sem sistema imunológico algum (tudo que tem na nossa família e na da minha melhor amiga e de quase todos). Mas ao mesmo tempo nosso povo é cuidador, amoroso. Recebi várias mensagens de amigos e colegas dando ideias do que fazer, falando que vai passar, listas de filmes para assistirmos e de todos que moram fora do BR perguntando se estamos bem, isso aquece! Já os daqui, nós perguntamos se estão bem no domingo e até hoje nada. O melhor e o pior do Brasil é o brasileiro! Respira fundo, lava a mão e contianuamos! Beijinhos, Helena

Vivendo na Espanha no meio da pandemia de Covid-19

Resolvi escrever aqui para tentar esvaziar a cabeça e o coração no meio dessa loucura que se encontra o mundo.

Penso que aos poucos vou chegar a escrever como acabei me mudando pra Espanha e porque mas a principio quero descrever como se encontra as coisas por aqui, principalmente para aliviar a cabeça aqui.

Na sexta-feira eu acordei e demorei um tempo sentada pensando "nossa tive um sonho muito louco, não pera acho que é verdade, não não pode ser..." e eu tive que perguntar para saber que é verdade.

Estamos de quarentena!

Eu e meu marido começamos o confinamento ontem por "opção" ou medo depende do ponto de vista. A partir de hoje estamos oficialmente de quarentena, confinados em casa.

Eu particularmente estou bem triste mas estou tentando manter a calma, o que confesso está sendo um pouco complicado...a sensação de estar fechada em um pais longe de quase todos que eu amo (só estou aqui com meu maridinho e bemmmm grudadinho ) no meio dessa loucura toda que eu não sei nem categorizar.......

Acabamos vivendo apreensivos por dois lugares, por aqui onde vivemos e pelo Brasil onde passamos toda a nossa vida e temos família e amigos que espero, em breve que fechem tudo. Sinto muito medo pela minha mãe com uma saúde frágil, pelos meus avós que são muito velhinhos (93 e 96 anos) e amigos debilitados pelo câncer que espero poder abraça-los ainda. Enfim seguimos tentando ter esperanças vendo a catástrofe da Europa e apreensivos pelo país que nascemos. Hasta Mañana, Helena