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  • Foto do escritor: Helena Navarro
    Helena Navarro
  • 19 de jun. de 2022
  • 3 min de leitura

Semana passada estive a visitar o Museu e que surpresa boa!

Esta já é minha quarta vez na cidade de Lisboa, então já conheço os pontos turísticos mais falados e conhecidos. Ainda mais desta vez que não estou passando somente 4 ou 5 dias na cidade e sim 16 dias, pensei 'Preciso descobrir lugares, museus, restaurantes e coisas novas'. Então comecei a procurar no google maps coisas na cidade (eu adoro o google maps, sempre vejo as opiniões e notas dos lugares ali e sou bem influenciada, adoro usar) achei algumas coisas novas e saindo da zona central e sempre visitada, cheia de gente, li "Museu do traje" logo apertei e arregalei os olhos vendo as fotos, desci e li os comentários e avalições e decidi ir, não tinha como, um museu com peças desde o século XVIII até os dias atuais, com peças bem conservadas e expostas em uma antiga quinta que tem um jardim lindo. Fui então conhecer o Museu que conta a História da moda mas sempre pontuando como e por quem essas peças e influências vieram aqui para Portugal, o que eu achei bem interessante. Então o acervo conta com peças majoritariamente femininas mas também tem peças masculinas e infantis, acessórios como perucas, chapéus, sapatos, bolsas, roupas de baixo e até coisas de beleza, como os acessórios que usavam para ondular e frisar os cabelos no século XIX. As peças são separadas por cada período e estilo e uma breve explicação da época e contexto. É possível ver as roupas de pertinho desde o Estilo Barroco, Estilo Império, Romântico, Belle Époque, Primeira Guerra Mundial, Anos 20, Anos 30, Anos 40, Anos 50, Anos 60, Anos 70, Anos 80, Anos 90, até a atualidade.



Ver ao vivo, na minha frente, bem de pertinho uma estrutura das anquinhas que as mulheres usavam para dar formas as saias da época, para mim foi super legal, algo que sempre tive curiosidade mas só tinha visto desenhos nos livros ou no máximo fotos pela internet. Outras duas coisas que amei ver ao vivo foram os corsets com seus bordados a mão, que servem para travar as barbatanas e ao mesmo tempo fazem esse enfeite na peça e reparar nas casas de botões dos casacos, feitas a mão....para mim é de uma beleza o caseado feito a mão S2.

Ainda fico imaginando como é poder ver essas roupas de época do avesso, como será os acabamentos....bem que poderiam fazer uma exposição dessas, só das peças ao avesso para vermos como eram feitos os acabamentos, os tipos de costuras e tal.

Das roupas do século XX para cá o que me chamaram a atenção, foram os vestidos dos anos 30 com seus cortes em viés, que dá aquele caimento fluido que molda o corpo e as peças do estilista português Florêncio Morgado, que eu não conhecia e achei um trabalho lindo em pedraria, riquíssimo, lá tinha expostos tanto vestidos de sua autoria quanto chapéus e toucas, as peças dele eram datadas dos anos 20 até anos 90.

No museu ainda tem uma sala com uma parte dedicada a tecnologia têxtil, com algumas máquinas para ver, um tear, uma barca de tingimento e algumas bobinas e lançadeiras para a produção têxtil. Umas máquinas antigas e mesas de corte. E um pequeno espaço para mostruários de costura, ponto cruz, outros bordados e caixas de costuras dos séculos XVIII e XIX.

Enfim é um museu pouquíssimo conhecido no mundo da moda, nunca ouvi ninguém falar desse museu, nem nas escolas de moda nem na internet como uma atração da cidade de Lisboa, e ainda digo isso pois passei ali boas horas e lá só estava eu e os funcionários que em dados momentos ligaram as luzes de certas salas para que eu pudesse ver. É sim, um museu com um acervo pequeno mas charmoso, bem cuidado e com uma proximidade ao visitante que é incrível. Vale a visita, vale a divulgação, vale uma tarde de piquenique no Jardim botânico do Monteiro-Mor. O Museu fica numa antiga quinta, como já comentei, o Palácio Angeja-Palmela, então a casa (é possível ver nas fotos) é lindíssima, e dentro os tetos são todos decorados, assim como as paredes e azulejos pintados, típicos portugueses, uma capela no meio da casa e o jardim com espelhos d'água, chafariz, nascentes, uma variedade de plantas e estátuas pelo caminho das flores.

É de fácil acesso, tem uma estação de metro há 8 minutos do museu e a caminhada é bem traquilinha. A entrada do museu e do jardim custam 6 euros. Acho que eu já te convenci ;) Espero que tenham gostado dessa visita comigo! Até a próxima. Beijinhos, Leena



  • Foto do escritor: Helena Navarro
    Helena Navarro
  • 21 de abr. de 2020
  • 2 min de leitura

Atualizado: 1 de mai. de 2020

Que a capa da Vogue Itália deu o que falar nesse mês você já sabe, eu já sei, todos sabemos!

O motivo ? A capa é totalmente toda branca, sem nenhum elemento. Podemos imaginar o que levaram a tomar essa decisão: a pandemia que estamos vivendo.

Essa imagem poderia nos deixar incomodados com o vazio atual das ruas e das atividades até então corriqueiras. Mas a explicação do diretor chefe da revista, Emanuele Farneti é emocionante, é esperançosa e poética.

O diretor explicou por texto o porque, que "significa muitas coisas ao mesmo tempo"...

"O branco é antes de tudo respeito.

O branco é o renascimento, a luz após a escuridão, a soma de todas as cores.

O branco é a cor dos uniformes usados ​​por quem coloca suas próprias vidas em risco para salvar a nossa.

Representa espaço e tempo para pensar, bem como permanecer em silêncio.

O branco é para aqueles que estão preenchendo esse tempo e espaço vazios com idéias, pensamentos, histórias, versos, músicas e cuidados com os outros.

Branco relembra quando, após a crise de 1929, essa cor imaculada foi adotada para as roupas como expressão de pureza no presente e de esperança no futuro.

Branco representa as noites sem dormir daqueles que trabalharam nessa questão, nos dois lados do oceano e em condições complicadas. Sou grato a todos e cada um deles.

Acima de tudo: o branco não se rende, mas uma folha em branco esperando para ser escrita, a página de título de uma nova história que está prestes a começar."

O que me fez refletir: a quanto tempo essa moda de passarelas e revistas, que eu chamo de a “Grande Moda”, não faz algo tão significativo e grandioso? Há mais tempo que consigo imaginar. Estudo moda desde os meus 15 anos, comecei pelo fazer da roupa e com os anos fui a faculdade de moda (duas faculdades na verdade) e acabei me frustrando exatamente com essa Grande Moda. Trabalhei em duas marcas que são desse mundo de glamour, pude acompanhar as engrenagens internas desse mercado. Há quantos anos as semanas de moda não tem mais o impacto que tinham na vida das pessoas?

Claro que marcas clássicas, são e sempre serão isso, clássicas e desejadas mas e a novidade, o curioso, a ansiedade do que estar por vir que por anos e anos essa Grande Moda proporcionou?

Para mim essa capa é verdadeiramente icônica já que em 100 anos de publicação não houve nada tão simples, acertado e representativo do tempo urgente que estamos vivendo na capa da revista. E, particularmente, pude relembrar aquela sensação boa de ansiedade pelas novidades significativas que esse meio um dia já pode proporcionar. A pergunta é por quanto tempo isso vai durar? Digo, esse frescor de ver a moda refletindo e propondo um mundo mais interessante e cheio de promessas. A internet foi capaz de tomar esse lugar completamente? Não sei, do meu ponto de vista sim, mas que foi bonito de ver esse respiro de esperança na movimentação da Grande Moda, de ver a História acontecendo diante dos meus olhos. Ah isso foi! Hasta, Helena Navarro

  • Foto do escritor: Helena Navarro
    Helena Navarro
  • 18 de abr. de 2020
  • 2 min de leitura

Atualizado: 1 de mai. de 2020

Não estava sendo fácil me manter bem diante de tanta coisa acontecendo nesses tempos. Fiquei um tempo recolhida, estudando coisas diversas e sobre eu mesma e foi bom 🧘‍♀️


Nesse momento vemos muitas coisas tristes acontecendo, mortes em massa são tristes, não quer dizer que uma só não é mas de um dia pro outro ver três amigos que perderam familiares, dois que estão doentes e o medo de algo virar grave. Ambulâncias passando sem parar, gritos....

Então resolvi por uns dias não ver quase notícias e mesmo que querendo ver poucas coisas resolvi me atentar ao bom, as notícias boas e como é bonito de ver as pessoas se ajudando, fazendo algo por pessoas que nem tem ideia de quem são...❣



Estou vendo muitas costureiras trabalhando juntas e por puro amor nesse momento, é muito amor que sai de uma máquina não!?


Podemos ver a união de costureiras, lojas de tecidos, professoras e ateliês de aula de costura vem fazendo nesse trabalho lindo pelos profissionais da saúde ou pelos vizinhos que não acham máscaras. Tenho acompanhado isso nesses três países que fazem parte da minha história.


Aqui na Espanha eu vi muitas coisas acontecendo, passaram nos jornais confecções e ateliês fazendo de portas fechadas as produções e entregando para esterilização e depois chegando aos hospitais. Conheci a história de uma ex-participante de um reality de costura fazendo batas cirurgicas @luisa_costura, a escola @eometric (que eu sou louca para fazer um curso de modelagem com eles) sempre com muito conteúdo, testes e esclarecimentos dos materiais, fez uma modelagem de bata para quem pudesse ajudar e costurar em casa, fez um teste super bacana mostrando quais materiais são seguros ou não para as máscaras e tem molde e vídeo aula da máscara.


Em Portugal a @nomalism_lisbon é uma loja de tecidos que está fazendo uma campanha linda pelo país todo junto com muitos ateliês e costureiras trabalhando para fazer vários EPI's para hospitais do pais todo. A escola de costura @mariamodista que faz parte da campanha junto com a Nomalism e minha amiga Marina do @ateliecosturaportuense que deu um tempo no enxoval do baby para produzir batas.


No Brasil vi a @maximustecidos com a doação de tecidos e também a @santafefeltros com doação de tnt para costureiras produzirem máscaras e muitas costureiras que estão fazendo tudo isso sozinhas.


Pra mim é lindo de ver como sai tanto amor de uma máquina de costura, é lindo ver como conseguimos nos unir para o bem ao próximo e isso aquece o 🖤.

E como ver isso me faz repensar de quem eu consumo : conteúdo, compro tecidos, materiais de costura...e se aplica no resto todo não é mesmo? 😉


E se você conhece mais pessoas que estão fazendo coisas lindas me conta que eu quero ver mais coisas boas acontecendo 🥰🥰🥰

Hasta, Helena Navarro

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