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  • Foto do escritor: Helena Navarro
    Helena Navarro
  • 30 de jul. de 2020
  • 4 min de leitura

Atualizado: 12 de ago. de 2020

Roubar, Imitar, Plagiar, Copiar.


Essa semana uma amiga com quem estudei na faculdade fez um storie sobre o livro que estava lendo do Austin Klein "Roube como um artista" e resolvi relembrar essa leitura. Foi a segunda vez que li esse livro, em um dia, de tão delicia e fluido que é!


Se você não leu, faça isso! Vale um domingo seu acompanhada com uma taça de vinho.


Ilustração por Helena Navarro


Qual é o limite de recriar, se inspirar, roubar ou copiar algo? Esse é sempre um tema atual com espaço aberto para uma boa conversa e discussões em busca de entendimento.


Na faculdade que estudei com essa amiga, o curso era um pouco mais voltado à criação, logo após fiz outro curso voltado à modelagem. Um ensinou formas de criar, nos incentivava a pesquisar, colar, desenhar, recortar, colorir...no outro curso era exatamente esse tipo de conduta que era desencentivada, criar algo. Éramos estimulados a simplesmente reproduzir peças de outros criadores. Não estou aqui para julgar a validade de uma ou outra metodologia, cada uma teve o seu porquê de ser. Se você tá pensando, que a que proibia de criar foi horrível e a outra super maravilhosa já te digo que a experiência vivida se mostrou o exato contrário haha. A verdade é que as duas foram complementares na minha formação. E por essa experiência, penso, que esse livro teve tanto significado para mim!


Vejo muitas pessoas falando que não é necessário ter um estudo tradicional, que isso não diz sobre a pessoa e o seu trabalho e isso é bem verdade, porém até certo ponto. Pode ser que alguns justifiquem sua escolha dando vazão a certa preguiça de simplesmente não estudar e recorrer ao Pinterest ou a páginas de outros artistas e fazer uma peça como ele fez e esse foi o seu 'estudo para uma criação'. Mas claro, estudar vai muito além de um título, diploma, quanto mais o tempo passa mais tenho certeza que o importante é o quanto você se dedica sozinho ou com uma grade curricular. Não importa como se adquira, o que importa é o conhecimento seja adquirido!


Copiar/reproduzir/roubar é muito bom para todo mundo que está começando, é muito importante! Fazer igual a peça de outra pessoa é um estudo necessário para ser melhor no que está a se especializar. Na modelagem, por exemplo, isso é algo que na minha opinião, se faz necessário. O estudo para conseguir interpretar modelos, recortes e tentar desenvolver essa mente de resolver como construir uma roupa. No entanto, penso que o problema está no ato de dizer que aquilo foi algo criado por nós ou simplesmente não falar nada, não dar créditos, não comentar em quem se inspirou, de quem é a modelagem, receita e etc. Esse é, precisamente, o ato de se produzir uma cópia mal feita da obra de outra pessoa.


Esse é um exemplo de um trabalho de reprodução que fiz desse figurino do CabCalloway no meu TCC e eu aprendi demais fazendo essa peça!


O artista que te inspira tem artistas que o inspiraram e isso segue uma linha, por vezes, muito bonita. É um caminho que nunca começa de um único ponto de inspiração. Estudar a fundo a obra de um artista, saber quem foi sua inspiração e descobrir mais sobre aquela escola de criação e estudar outro artista a fundo e misturar com outra fonte que te inspira, com outro tipo de arte que não tem nada haver com o que fazemos é o que vai fazer aquela peça ser uma linda mistureba de inspirações diversas e que, possivelmente, vai dar em algo 'novo', algo seu.


Em seu livro, Austin fala que tudo é um roubo, bom ou mal feito mas um roubo!


Eu acho que ele usa esse termo para mexer e incomodar. A visão dele é muito interessante, mas estudando acabei desenvolvendo a minha técnica de criação (que por sinal está bem enferrujada).... É aquela velha fórmula do joga tudo no liquidificador: o artista que te inspira + aquele recorte do vestido da marca X + a estética dos anos 80 que você ama + aquele acabamento lindo que aprendeu com alguém = e sai algo com diferentes pontos de inspiração mas que tem a sua bossa, a sua cara.

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Ilustração por Helena Navarro


O Pinterest e as pastas de salvar no Instagram são uma delícia mas podem paralisar completamente a nossa criatividade, nos deixando horas seguidas só salvando trabalhos e projetos mas sem produzir efetivamente nada. Ficamos parados naquele imenso vale de só olhar e pensar em reproduzir o design de outros artistas.


Mas como diz o Austin ainda sim é importante manter uma biblioteca de 'roubos', no meu caso de 'inspirações' e o mais importante é manter o tempo de produção, de estudos e criação, sair do digital (do campo das ideias) e ir para o analógico (para o manual).


Como estão suas fontes de pesquisa, de inspirações, de leitura, de música, de história de família, de vivência? E seu processo criativo? Conta pra mim.


Grande beijinhos,

Helena


 
 
 

Atualizado: 7 de mai. de 2020

Não é muito normal seguirmos normas mas é obvio que é muito importante. Nem sempre o que todos estão fazendo e o que é 'normal' está sendo feito corretamente. Devemos nos informar para saber a melhor e mais correta forma de fazer e o porque de fazer daquela maneira!

Dentro do conjunto de medidas que já são importantes serem tomadas na nossa vida do dia-a-dia de: lavar as mãos, trocar de roupa e lava-las quando sair a rua e voltar para casa, não usar o mesmos sapatos que usou na rua, dentro de casa e lavar tudo que chega de fora o que mais mudou, penso eu, na nossa cultura é o distanciamento social e uso da máscara de proteção respiratória sempre que sair. O uso dela contribui na prevenção de agentes infecciosos de vários tipos e inclusive este do covid.

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Vamos as regras da confecção das máscara de proteção respiratória de uso não profissional:

1)deve cobrir o nariz, a boca e o queixo e não pode possuir válvulas inspiratórias e/ou expiratórias.

2)deve ser feita de multicamadas de tecidos, não necessariamente com uma camada de filtro. 3) deve possuir um dispositivo de ajuste na cabeça do usuário, ou seja, alças para amarrar ou os elásticos nas orelhas para ser ajustada firmemente no nariz, bochechas e queixo, garantindo que não fique nenhum buraco* mas ao mesmo tempo confortável sem apertar ou ser desconfortável ao uso e que seja facilmente colocada e removida.

*Porque esse ponto é importante o ar deve entrar e sair pelas camadas de tecidos, mas certamente na área do nariz e boca e não de algum ponto que não está devidamente vedado, assim a proteção será eficiente. **NOTA O uso de clipes, grampos e outros dispositivos de fixação metálicos pode representar perigo ou incômodo para o usuário.


4) ela pode possuir diferentes formas e estruturas caso se encaixe em todas as outras normas. 5) deve ser confeccionada para ter dimensões correspondentes a morfologia média da população brasileira, ou seja, que seja feita de acordo com os estudos de forma e estrutura da nossa população (a própria ABNT tem vários estudos desses, inclusive de corpo e que deveriam ajudar na área de modelagem das confecções mas isso é uma discussão para outro post ;) E essas dimensões são:

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*essas são as médias das medidas dos brasileiros, não o tamanho que deve ser a máscara final.

6) materiais que podem ser utilizados na confecção não são claros. Não é dito nada além de no mínimo camada dupla de tecido, mas não tem tecidos especificados para isso. *Ou seja, reina o bom senso de ser um tecido com a trama mais fechada para não passar ou absorver partículas e que ainda seja possível respirar em dupla camada deste tecido.

**Uma dúvida que sempre ficou para mim nesse momento era saber se o tecido e as camadas já estavam protegendo o bastante ou não. Na norma eles citam o teste do aerosol, eu cheguei a ver muitas pessoas aqui da Europa fazendo esse teste e é fácil de achar vídeos demonstrando mas é basicamente usar um aerosol, desodorante, para ver se passa algo pelas camadas da máscara. Isso simularia um espirro ou tosse, o que é bem interessante.

7) as partes que podem estar em contato com o usuário devem estar livres de bordas afiadas, sem furos ou rasgos, sem deformação e manchas. *Essa não é uma parte muito clara de toda a norma e aqui eu vejo dois pontos bem importantes para destacar: - Manchas: o que querem dizer com 'manchas'? Ao me ver pode ser e aparecer quando as máscaras já estão úmidas de uso ou até mesmo os desenhos e estampas dos tecidos que pode até dificultar na hora da limpeza e lavagem da máscara já que entre todas as recomendações de limpeza (a baixo) muitas delas são com água sanitária o que danifica a cor e estampas do tecido. - Furos ou rasgos: aqui parece bem claro ou até obvio, mas isso se pensa se o tecido tem furos ou cortes de piques. Mas estou observando muitas pessoas usando tecidos como Lese e até mesmo várias customizando, bordando as peças. Fica lindo? Não tenho dúvidas, eu amo bordado mas para mim nesse caso é até um pensamento lógico, no bordado nós 'furamos' o tecido repetidamente para fazer um ponto e compor o desenho todo e isso pode sim mesmo que micro furos trazer mais riscos as peças JÀ que a máscara não tem a eficácia de 100%, como nada ainda tem essa eficácia perante esse novo vírus. Então fica minha linha de pensamento, alerta perante isso e abro essa discussão.

Outros dois pontos que abordam na norma são a limpeza e embalagem das máscaras:


8) Limpeza

A máscara de uso não profissional é projetada para ser reutilizável, então os materiais utilizados devem suportar os produtos e os métodos de limpeza que serão utilizados. São possíveis três tipos de lavagem: -lavagem com água aquecida: antes de iniciar o ciclo de lavagem o recomendado é deixar a peça de molho por 30 minutos em água e água sanitária, enxaguar em água corrente duas vezes e em seguida lavar com água à temperatura de 60 ºC ou superior e detergente líquido, enxaguar novamente duas vezes e não torcer! -lavagem a frio com água sanitária: o processo é básicamente o mesmo do acima mas o recomendado é deixar a peça de molho por 1 hora e depois lavar com água em temperatura ambiente e detergente líquido, enxaguar novamente duas vezes e não torcer, assim como a forma de lavagem anterior. -lavagem com detergente líquido e fervura: fazer uma solução de 1 litros de água para 5ml de detergente e colocar para ferver, quando estiver neste ponto imergir a máscara por completo por 10 minutos, após isso enxaguar duas vezes em água corrente.


E a secagem é recomendado ser preferencialmente ser feita em secadoras à temperatura igual ou superior a 60 ºC. E a secagem ao ar livre pode ser feita, se as máscaras forem colocadas em embalagens também de tecidos e lavadas da mesma forma que a máscara para que não fiquem em contato direto com o ar e pode ser colocada em contato com o sol mas em ambiente protegido de pessoas, animais e fatores externos.

9) Embalagem Para quem está doando ou vendendo essa é uma parte importante. Depois de higienizar a máscara, antes de enviar é importante colocar em uma embalagem pequena e transparente e a parte importante e que também pode ser até seu diferencial, é enviar junto as instruções de uso e de manutenção (lavagem e secagem) da máscara.

Enfim a norma é bem completa e interessante, tem até dois exemplos de modelos de máscaras com o esquema de modelagem e costura passo a passo delas, para quem ainda não tem ou quer ver esses modelos ou ler na integra a norma, é possível através desse link do senaicetiqt:


Ufa, é só isso hahaha Espero que isso ajude na hora de confeccionar, doar, vender e até mesmo só higienizar suas máscaras ;) Hasta luego, Helena

 
 
 
  • Foto do escritor: Helena Navarro
    Helena Navarro
  • 21 de abr. de 2020
  • 2 min de leitura

Atualizado: 1 de mai. de 2020

Que a capa da Vogue Itália deu o que falar nesse mês você já sabe, eu já sei, todos sabemos!

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O motivo ? A capa é totalmente toda branca, sem nenhum elemento. Podemos imaginar o que levaram a tomar essa decisão: a pandemia que estamos vivendo.

Essa imagem poderia nos deixar incomodados com o vazio atual das ruas e das atividades até então corriqueiras. Mas a explicação do diretor chefe da revista, Emanuele Farneti é emocionante, é esperançosa e poética.

O diretor explicou por texto o porque, que "significa muitas coisas ao mesmo tempo"...

"O branco é antes de tudo respeito.

O branco é o renascimento, a luz após a escuridão, a soma de todas as cores.

O branco é a cor dos uniformes usados ​​por quem coloca suas próprias vidas em risco para salvar a nossa.

Representa espaço e tempo para pensar, bem como permanecer em silêncio.

O branco é para aqueles que estão preenchendo esse tempo e espaço vazios com idéias, pensamentos, histórias, versos, músicas e cuidados com os outros.

Branco relembra quando, após a crise de 1929, essa cor imaculada foi adotada para as roupas como expressão de pureza no presente e de esperança no futuro.

Branco representa as noites sem dormir daqueles que trabalharam nessa questão, nos dois lados do oceano e em condições complicadas. Sou grato a todos e cada um deles.

Acima de tudo: o branco não se rende, mas uma folha em branco esperando para ser escrita, a página de título de uma nova história que está prestes a começar."

O que me fez refletir: a quanto tempo essa moda de passarelas e revistas, que eu chamo de a “Grande Moda”, não faz algo tão significativo e grandioso? Há mais tempo que consigo imaginar. Estudo moda desde os meus 15 anos, comecei pelo fazer da roupa e com os anos fui a faculdade de moda (duas faculdades na verdade) e acabei me frustrando exatamente com essa Grande Moda. Trabalhei em duas marcas que são desse mundo de glamour, pude acompanhar as engrenagens internas desse mercado. Há quantos anos as semanas de moda não tem mais o impacto que tinham na vida das pessoas?

Claro que marcas clássicas, são e sempre serão isso, clássicas e desejadas mas e a novidade, o curioso, a ansiedade do que estar por vir que por anos e anos essa Grande Moda proporcionou?

Para mim essa capa é verdadeiramente icônica já que em 100 anos de publicação não houve nada tão simples, acertado e representativo do tempo urgente que estamos vivendo na capa da revista. E, particularmente, pude relembrar aquela sensação boa de ansiedade pelas novidades significativas que esse meio um dia já pode proporcionar. A pergunta é por quanto tempo isso vai durar? Digo, esse frescor de ver a moda refletindo e propondo um mundo mais interessante e cheio de promessas. A internet foi capaz de tomar esse lugar completamente? Não sei, do meu ponto de vista sim, mas que foi bonito de ver esse respiro de esperança na movimentação da Grande Moda, de ver a História acontecendo diante dos meus olhos. Ah isso foi! Hasta, Helena Navarro

 
 
 

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