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  • Foto do escritorHelena Navarro

O que te inspira e quem você plagia?

Atualizado: 12 de ago. de 2020

Roubar, Imitar, Plagiar, Copiar.


Essa semana uma amiga com quem estudei na faculdade fez um storie sobre o livro que estava lendo do Austin Klein "Roube como um artista" e resolvi relembrar essa leitura. Foi a segunda vez que li esse livro, em um dia, de tão delicia e fluido que é!


Se você não leu, faça isso! Vale um domingo seu acompanhada com uma taça de vinho.


Ilustração por Helena Navarro


Qual é o limite de recriar, se inspirar, roubar ou copiar algo? Esse é sempre um tema atual com espaço aberto para uma boa conversa e discussões em busca de entendimento.


Na faculdade que estudei com essa amiga, o curso era um pouco mais voltado à criação, logo após fiz outro curso voltado à modelagem. Um ensinou formas de criar, nos incentivava a pesquisar, colar, desenhar, recortar, colorir...no outro curso era exatamente esse tipo de conduta que era desencentivada, criar algo. Éramos estimulados a simplesmente reproduzir peças de outros criadores. Não estou aqui para julgar a validade de uma ou outra metodologia, cada uma teve o seu porquê de ser. Se você tá pensando, que a que proibia de criar foi horrível e a outra super maravilhosa já te digo que a experiência vivida se mostrou o exato contrário haha. A verdade é que as duas foram complementares na minha formação. E por essa experiência, penso, que esse livro teve tanto significado para mim!


Vejo muitas pessoas falando que não é necessário ter um estudo tradicional, que isso não diz sobre a pessoa e o seu trabalho e isso é bem verdade, porém até certo ponto. Pode ser que alguns justifiquem sua escolha dando vazão a certa preguiça de simplesmente não estudar e recorrer ao Pinterest ou a páginas de outros artistas e fazer uma peça como ele fez e esse foi o seu 'estudo para uma criação'. Mas claro, estudar vai muito além de um título, diploma, quanto mais o tempo passa mais tenho certeza que o importante é o quanto você se dedica sozinho ou com uma grade curricular. Não importa como se adquira, o que importa é o conhecimento seja adquirido!


Copiar/reproduzir/roubar é muito bom para todo mundo que está começando, é muito importante! Fazer igual a peça de outra pessoa é um estudo necessário para ser melhor no que está a se especializar. Na modelagem, por exemplo, isso é algo que na minha opinião, se faz necessário. O estudo para conseguir interpretar modelos, recortes e tentar desenvolver essa mente de resolver como construir uma roupa. No entanto, penso que o problema está no ato de dizer que aquilo foi algo criado por nós ou simplesmente não falar nada, não dar créditos, não comentar em quem se inspirou, de quem é a modelagem, receita e etc. Esse é, precisamente, o ato de se produzir uma cópia mal feita da obra de outra pessoa.


Esse é um exemplo de um trabalho de reprodução que fiz desse figurino do CabCalloway no meu TCC e eu aprendi demais fazendo essa peça!


O artista que te inspira tem artistas que o inspiraram e isso segue uma linha, por vezes, muito bonita. É um caminho que nunca começa de um único ponto de inspiração. Estudar a fundo a obra de um artista, saber quem foi sua inspiração e descobrir mais sobre aquela escola de criação e estudar outro artista a fundo e misturar com outra fonte que te inspira, com outro tipo de arte que não tem nada haver com o que fazemos é o que vai fazer aquela peça ser uma linda mistureba de inspirações diversas e que, possivelmente, vai dar em algo 'novo', algo seu.


Em seu livro, Austin fala que tudo é um roubo, bom ou mal feito mas um roubo!


Eu acho que ele usa esse termo para mexer e incomodar. A visão dele é muito interessante, mas estudando acabei desenvolvendo a minha técnica de criação (que por sinal está bem enferrujada).... É aquela velha fórmula do joga tudo no liquidificador: o artista que te inspira + aquele recorte do vestido da marca X + a estética dos anos 80 que você ama + aquele acabamento lindo que aprendeu com alguém = e sai algo com diferentes pontos de inspiração mas que tem a sua bossa, a sua cara.

Ilustração por Helena Navarro


O Pinterest e as pastas de salvar no Instagram são uma delícia mas podem paralisar completamente a nossa criatividade, nos deixando horas seguidas só salvando trabalhos e projetos mas sem produzir efetivamente nada. Ficamos parados naquele imenso vale de só olhar e pensar em reproduzir o design de outros artistas.


Mas como diz o Austin ainda sim é importante manter uma biblioteca de 'roubos', no meu caso de 'inspirações' e o mais importante é manter o tempo de produção, de estudos e criação, sair do digital (do campo das ideias) e ir para o analógico (para o manual).


Como estão suas fontes de pesquisa, de inspirações, de leitura, de música, de história de família, de vivência? E seu processo criativo? Conta pra mim.


Grande beijinhos,

Helena


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