top of page
  • Foto do escritorHelena Navarro

Resolvi sair da categoria 'só sei tricotar cachecol'


Foi no meio da quarentena, em Maio que resolvi me arriscar mais no universo do Tricô por vários motivos: Mudei de pais e estava usando a máquina de costura que a minha vizinha me emprestava (agora mudamos de casa e fiquei novamente sem costurar) porém não tinha comprado quase nada de material de costura antes de tudo se fechar na quarentena, o pouco que tinha costurei algumas máscaras. Também tinha pouco material de macramê e menos ainda de bordado. O tricô sempre me fascinou. Não tenho uma história muito antiga com essa parte do tecer, não aprendi com a minha avó, dei os primeiros pontos com a minha mãe mas não levei muito a sério, achei muito difícil na infância mas achava o máximo aquelas avós com a lã no pescoço tricotando e olhando pro lado sem nem pensar para fazer os pontos...então em 2015 meu namorado (hoje meu marido lindo) me levou na Novelaria em SP e resolvi marcar umas aulas. Fui com minha mãe, era um programa nosso =) e pedi exatamente isso para a professora: 'Quero aprender igual as avós, com a linha no pescoço'. Mal sabia eu que era o tal método português (acho que minha memória ancestral sabia), e foi assim que aprendi com a linha envolta no pescoço, aprendi coisas simples e retas pra começar. Por motivos da vida não pude continuar por muito tempo o curso e foi uma das coisas que guardei, mesmo sempre nos planos, para aprender e me dedicar depois. Quando me mudei vi que não seria tão simples como imaginávamos e que a costura teria que ficar parada por algum tempo na minha vida e tudo bem, são escolhas. Agora ficar sem mexer as mãos eu não consigo!

Ficar longe do fazer a mão, qualquer que for essa manualidade, para mim não dá.

Então procurei começar artes manuais que não demandem muitos materiais ou materiais pesados e voltei a pensar no tricô. Em novembro passado fui na feira Barcelona Knits para conhecer, ver coisas e acabei comprando coisas da Retrosaria Rosa Pomar que é Portuguesa, com lãs portuguesas, lindíssimas! Comprei um kit de uma blusa hahaha para um dia fazer (e em breve vou!) e dois novelos soltos, sem projeto, talvez um cachecol pra variar e guardei essas lãs. E foi por isso que quando já estava sem materiais, lembrei dessas lãs e resolvi procurar alo para fazer com os dois novelos antes de me arriscar na blusa e aí por influência da Gigi Serelepe entrei no TJ do MARAVILHOSO Xale Inspiração com a Iris do @flordeiris_handmade. Olhei a receita e confesso que achei um bicho, não entendi nada e resolvi procurar a Iris para perguntar se eu só sabendo dois pontos era possível fazer a peça e então comecei. Vi todos os vídeos de explicação dela, fui pausando, vi duas vezes, fazia junto e com o passar dos dias se tornou compreensível olhar aquelas escritas todas e gráficos. Fiz no meu tempo, um pouquinho por dia, nos dias que a vida deixava eu tecer nem que fosse 10 minutos e depois de 3 meses saiu das minhas agulhas esse xale lindo!

Aprendi muitas coisa de tricô, obviamente, aumentar pontos com laçada, ponto mate simples, pontos juntos, mate duplo central. Ler gráficos que sempre foi algo que me intrigou mas o mais importante pra mim: Eu me permiti me aventurar! Sim, eu sou uma pessoa que ama controle. Amo listas, planejamento, planilhas, tabelas, agenda, horário, probabilidade hahaha e extremo perfeccionismo então fazer algo quase sem supervisão e que era completamente fora do meu domínio, ia me causar muito desconforto, e eu sabia, e eu fui abraçar esse desconforto, conscientemente e fui dançando com ele durante todo o processo....

Se você é uma pessoa que gosta de aventura, de sair sem rumo, deixar a vida te levar, provavelmente não tá entendendo nada ou achou bobo esse meu medo, e tudo bem, cada um tem seu jeito, mas isso pra mim foi um desafio gigantesco! E já que esse tecer foi uma parte de uma terapia, resolvi ir no fundo da ferida mesmo. Não desmanchei, nenhum dos meus erros, conscientemente eu sei que não foram muitos, e confesso que mesmo poucos até agora pensando e lembrando deles, eles me machucam mas eu resolvi deixa-los lá, da mesma maneira, consciente e abraçando eles. Essa parte ainda estou trabalhando aqui dentro de mim para aceitar.


Construir algo com as mãos é fascinante.

O tecer: transformar uma linha em um objeto de vestir ou decoração é mágico. Pegar um pedaço de tecido, corta-lo e costura-lo formando uma peça de roupa é lindo. E tudo mais que tem por trás de tecer, essa parte terapêutica de aceitação e de meditação. Enfim eu sou apaixonada por manualidades =) E para você o que o fazer manual te traz de ensinamentos? Grande beijinho, Helena Navarro

15 visualizações0 comentário
bottom of page